IAT atualiza regra e amplia espaços para soltura de animais resgatados no Paraná 02/09/2025 - 09:26

O Instituto Água e Terra (IAT) publicou, em agosto, a Instrução Normativa nº 59 (https://www.iat.pr.gov.br/sites/agua-terra/arquivos_restritos/files/documento/2025-08/instrucao_normativa_59-2025-cadastro_de_areas_de_soltura_de_animais_silvestres_asas-22611047-0.pdf), que institui o cadastro voluntário de Áreas de Soltura de Animais Silvestres (ASAS). A iniciativa, já em vigor, permite que pessoas físicas e jurídicas autorizem a utilização de espaços particulares para receber animais resgatados em situações de risco, o que amplia a rede de apoio à fauna no Estado. Os requerimentos para o cadastramento das áreas deverão ser protocolados por meio do sistema informatizado do IAT (https://www.parana.pr.gov.br/servicos/Meio-Ambiente/Protecao-dos-Animais/Solicitar-cadastro-no-programa-Voo-Livre-Areas-de-Reabilitacao-ou-Soltura-de-Animais-Silvestres-Aras-Asas-eVoGLKNb).

A norma tem o intuito de tornar o processo de soltura de animais vitimados mais organizado e eficiente. Anteriormente, os proprietários precisavam fornecer informações técnicas detalhadas sobre suas áreas. Agora, a responsabilidade de avaliar a viabilidade da soltura é do IAT, que garante que as espécies retornem ao habitat correto e de forma segura.

Para o médico-veterinário do setor de Fauna do órgão ambiental, Pedro Camargo, a medida também aproxima cidadãos e empresas das ações de conservação, o que permite que contribuam de forma prática para proteger a fauna e assegurar que os ecossistemas do Paraná continuem equilibrados. “Isso também é uma forma de educação ambiental. São pessoas que se orgulham de saber que sua propriedade contribui para a fauna, que vão ver passarinhos ou outros animais retornando à natureza ali”, disse.

Após o resgate, animais vítimas de tráfico, ataques, colisões ou encontrados debilitados chegam à Rede de Atendimento à Fauna Silvestre Vitimada e recebem tratamento e reabilitação. Quando considerados aptos, as espécies precisam ir para um local de soltura, sendo devolvidos em áreas próximas ao local de origem. A ação deve respeitar a fitofisionomia e o habitat natural da espécie.

Para isso, as ASAS devem apresentar, entre outras características ambientais, a existência de remanescentes verdes significativos e a disponibilidade de corpos d'água que propiciam a soltura da fauna no local.

Conforme o veterinário, a iniciativa representa mais do que um procedimento técnico, garante que os animais retornem de forma segura à natureza. “Quanto mais próximo da área de onde o animal foi retirado, mais fácil é o retorno à vida livre. Pode ser bonito ver a soltura, mas para o bicho é um momento de estresse, e nosso trabalho é minimizar isso ao máximo”, explicou.

Além disso, a criação das ASAS também fortalece a conservação da flora. “Toda fauna que, ao ser reabilitada, volta a ser solta, exerce seu papel ecológico, como dispersar sementes e manter as florestas vivas. Sem os animais não há floresta viável. A soltura garante também a continuidade da flora e do equilíbrio dos ecossistemas”, destacou o veterinário.

A iniciativa também reforça o compromisso do Paraná com a proteção da biodiversidade e consolida o Estado como referência em ações de conservação da fauna silvestre.

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