Monitoramento da Qualidade do Ar

O Instituto Água e Terra monitora a qualidade do ar desde a década de 80. O trabalho iniciou-se na Região Metropolitana de Curitiba com a operação de quatro estações de amostragem do ar, fixas manuais, localizadas uma em Curitiba e três em Araucária. Estas estações analisavam três dos sete parâmetros previstos em Lei (antiga Resolução CONAMA 03/90): Dióxido de enxofre (SO2), Partículas Totais em Suspensão (PTS) e Fumaça.

Atualmente são oito estações automáticas de amostragem do ar na Região Metropolitana de Curitiba e seis estações distribuídas pelas cidades de Ponta Grossa, Paranaguá, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Cascavel, formando-se a Rede Estadual de Qualidade do Ar. A ampliação da rede para as demais regiões do Estado iniciou-se em 2016, com aquisição de 7 novas estações automáticas.
 

Mapa das Estações na Região Metropolitana de Curitiba

mapa qualidade do ar 1

 

Mapa da Rede Estadual da Qualidade do Ar

mapa qualidade do ar 1

 

  Confira a Qualidade do Ar em Tempo Real (IQAr)
 

 
Indicadores da Qualidade do Ar

O nível da poluição do ar é medido pela quantificação das principais substâncias poluentes presentes neste ar, os chamados Indicadores da Qualidade do Ar. Considera-se poluente qualquer substância presente no ar e que, pela sua concentração, possa torna-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade.

Temos no Brasil padrões de qualidade do ar estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 491/18 , para os seguintes indicadores:

  • Partículas Totais em Suspensão (PTS);
  • Fumaça;
  • Partículas Inaláveis (PM10);
  • Partículas Inaláveis Finas (PM2,5);
  • Dióxido de Enxofre (SO2);
  • Monóxido de Carbono (CO);
  • Ozônio (O3);
  • Dióxido de Nitrogênio (NO2).

Partículas Totais em Suspensão (PTS), Fumaça e Partículas Inaláveis (PM10 e PM2,5):
Estes Indicadores representam materiais sólidos e líquidos em suspensão na atmosfera, como poeira, pó e fuligem. O tamanho das partículas é o critério utilizado para a classificação destes materiais. Partículas mais grossas ficam retidas no nariz e na garganta, provocando incômodo e irritação, além de facilitar que doenças como gripe se instalem no organismo. Poeiras mais finas podem causar danos ao aparelho respiratório e carregar outros poluentes "de carona" para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer. As pessoas que permanecem em locais muito poluído por partículas inaláveis, são mais vulneráveis a doenças de forma geral.

Dióxido de Enxofre (SO2):
A emissão de dióxido de enxofre está principalmente relacionada com o uso de combustíveis de origem fóssil, contendo enxofre, tanto em veículos quanto em instalações industriais. Por ser um gás altamente solúvel nas mucosas do trato aéreo superior, pode provocar irritação e aumento na produção de muco, desconforto na respiração e o agravamento de problemas respiratórios e cardiovasculares. Outro efeito relacionado ao SO2 refere-se ao fato de ser um dos poluentes precursores da chuva ácida, efeito global de poluição atmosférica, responsável pela deterioração de diversos materiais, acidificação de corpos d'água e destruição de florestas.

Monóxido de Carbono (CO):
A emissão de monóxido de carbono está relacionada diretamente com o processo de combustão tanto em fontes móveis, motores à gasolina, diesel ou álcool, quanto de fontes fixas industriais. Esse gás é classificado como um asfixiante sistêmico, pois é uma substância que prejudica a oxigenação dos tecidos. Os efeitos da exposição dos seres humanos ao CO estão associados à diminuição da capacidade de transporte de oxigênio na combinação com hemoglobina do sangue. Uma vez que a afinidade da hemoglobina com CO é 210 vezes maior que com o oxigênio, a carboxihemoglobina formada no sangue pode trazer graves conseqüências como confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais e em casos extremos, morte aos seres humanos.

Ozônio (O3):
O ozônio é um gás composto por três átomos de oxigênio, invisível, com cheiro marcante e altamente reativo. Quando presente nas altas camadas da atmosfera (estratosfera) nos protege dos raios ultravioletas do sol. Quando formado próximo ao solo (troposfera) comporta-se como poluente tóxico. É o principal representante do grupo de poluentes designados genericamente por oxidantes fotoquímicos, sendo formado pela reação dos hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio presentes no ar, sob ação da radiação solar. Pode causar irritação dos olhos e redução da capacidade pulmonar. Agravar doenças respiratórias, diminuir a resistência contra infecções e ser responsável por disfunções pulmonares, como a asma. O ozônio interfere na fotossíntese e causa danos às obras de arte e estruturas metálicas.

Dióxido de Nitrogênio (NO2):
É formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera. Pode provocar irritação da mucosa do nariz, manifestada através de coriza, e danos severos aos pulmões, semelhantes aos provocados pelo enfisema pulmonar. Além dos efeitos diretos à saúde, o NO2 também está relacionado à formação do ozônio e da chuva ácida.

 
Poluição Atmosférica e Controle das Emissões

Fontes de Poluição Atmosférica:

Uma pessoa adulta inspira cerca de 10 mil litros de ar por dia. Este valor varia em função da atividade física de cada um. Em geral, não é necessário, nem possível, corrigir a composição do ar que se respira, sendo esta a principal diferença entre o consumo de ar e o consumo de água. A água passa por um tratamento prévio, o que a torna um produto industrial para ser consumido. O ar, ao contrário, deve ser consumido exatamente como existe na natureza, “in natura”. Por este motivo, é muito importante que a sociedade entenda e respeite as medidas de preservação da qualidade do ar.

O ser humano, ao interagir com o meio ambiente, produz resíduos que podem poluir o ar. A poluição atmosférica pode ser causada por fontes fixas ou móveis, dependendo dos processos que liberam os poluentes no ar.

1) Fontes fixas:
As indústrias são as fontes mais significativas, ou de maior potencial poluidor. Também se destacam as usinas termoelétricas, que utilizam carvão, óleo combustível ou gás, bem como os incineradores de resíduos, com elevado potencial poluidor. Existem ainda as fontes fixas naturais, como maresia e vulcanismo, que também podem influenciar a composição do ar.

2) Fontes móveis:
Os veículos automotores, juntamente com os trens, aviões e embarcações marítimas são as chamadas fontes móveis de poluentes atmosféricos. Os veículos se destacam nas cidades como as principais fontes poluidoras e são divididos em: leves de passageiro (utilizam principalmente gasolina ou álcool como combustível); leves comerciais (utilizam gás natural veicular (GNV) ou óleo diesel); e veículos pesados (somente de óleo diesel).
Os poluentes podem ser divididos, de acordo com sua origem, em duas categorias:

  • Poluentes primários: aqueles diretamente emitidos pelas fontes.
  • Poluentes secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e os constituintes naturais da atmosfera.

Controle de Emissões Atmosféricas:

1) Fontes fixas:
O Paraná, através da Resolução SEMA – 016/14, estabelece padrões de emissão para processos industriais, assim como critérios de auto-monitoramento das emissões, considerado uma ferramenta importante para o atendimento aos padrões estabelecidos.

2) Fontes móveis:
Para o controle de emissões de veículos novos há o licenciamento realizado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) com base em ensaios específicos.

Plano de Controle de Emissões Atmosféricas - Apresenta de forma resumida o panorama geral da qualidade do ar, bem como as diretrizes e metas a serem alcançadas no período de 2021 a 2023

Plano de Controle de Poluição Veicular - PCPV - Apresenta o PCPV - 2022 do Estado do Paraná que tem como objetivo a gestão e controle dos níveis de emissão de poluentes por veículos automotores, visando o atendimento aos Padrões de Qualidade do Ar, especialmente nos centros urbanos.

 
Boletins e Relatórios da Qualidade do Ar

O Boletim tem como finalidade facilitar a divulgação e interpretação dos dados da qualidade do ar. Para sua elaboração é utilizada uma equação que converte um valor numérico de concentração de determinado poluente para um valor adimensional, denominado Índice de Qualidade do Ar (IQA).

Índice de qualidade do ar (IQA) por poluente:

Através do índice de qualidade do ar o impacto de um certo poluente pode ser comparado com o de outro, porque um mesmo valor de índice significa o mesmo efeito.

Os parâmetros contemplados pela estrutura do índice conforme a Resolução CONAMA nº 491/18 são:

  • Partículas Totais em Suspensão (PTS);
  • Partículas Inaláveis (MP10);
  • Partículas inaláveis finas ou respiráveis (MP2,5) – poluente não contemplado na Resolução CONAMA nº 03/1990;
  • Ozônio (O3);
  • Monóxido de carbono (CO);
  • Dióxido de nitrogênio (NO2);
  • Dióxido de enxofre (SO2).

Índice de qualidade do ar (IQA) por estação:

Para cada poluente medido é calculado um índice individual e o índice da estação é determinado pelo maior índice individual. Depois de verificado este valor o ar no entorno da estação é classificado, com uma espécie de nota feita conforme a escala abaixo, que representa o seu enquadramento.
 

Estrutura do Índice de Qualidade do Ar:

indice qualidade do ar

 

A elaboração do IQAr pelo IAT utiliza alguns critérios:

* O Padrão intermediário 1 (PI – 1) é utilizado como limite superior para a faixa regular.

* Os valores de Atenção foram utilizados como limite superior para faixa Ruim.

Escala do Índice de Qualidade do Ar:

escala qualidade do ar

 

Relatórios anuais da qualidade do ar em Curitiba e Região Metropolitana:

 

Consulte aqui Boletins Mensais da qualidade do ar em Curitiba e Região Metropolitana

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