O amor está no ar: conheça os animais silvestre do Paraná que passam a vida toda juntos 12/06/2025 - 15:11

Para marcar o 12 de junho, Dia dos Namorados, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e o Instituto Água e Terra (IAT) prestam uma homenagem à vida selvagem por meio de uma lista com espécies de animais encontradas no Paraná que são verdadeiros exemplos de parceria.
De acordo com o médico veterinário do Instituto Água e Terra (IAT), Pedro Camargo, a monogamia não é só uma questão de afeto, mas sim de uma defesa biológica que favorece a sobrevivência da prole. Segundo ele, Casais formados podem alternar funções como o cuidado com os filhotes, a busca por alimento e a proteção em situações de risco.

“Algumas espécies chegaram nessa estratégia evolutiva de ter a prática da monogamia, seja por um período, ou pela vida toda, porque é uma estratégia de evolução. Vai permitir que os filhotes tenham cuidado mais frequente e uma melhor defesa de um território, de um ninho”, diz o veterinário.

“Para algumas espécies acontece que essa cooperação parental permite que eles tenham um processo reprodutivo também. Então, são também estratégias para garantir a sobrevivência da prole”, completa ele.

O papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), por exemplo, é uma ave de médio porte e cerca de 36 centímetros de comprimento.Por ser considerada vulnerável, com populações fragmentadas e ameaçadas pela perda de habitat e captura ilegal, a espécie forma casais que permanecem juntos por toda a vida, compartilhando responsabilidades parentais.

Já o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), espécie endêmica da Mata Atlântica, vive principalmente no litoral sul de São Paulo e norte do Paraná. Ameaçada de extinção, conta com populações estimadas em cerca de oito mil indivíduos. Eles formam casais antes da maturidade sexual e permanecem com o mesmo parceiro por toda a vida. São fiéis também ao local de nidificação, com o macho e a fêmea compartilhando os cuidados com os filhotes.

Há mais exemplos espelhados pelo reino animal. Um dos símbolos da fauna brasileira, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) habita campos abertos e cerrados, incluindo o Paraná. Pelo comportamento reservado, é difícil de observá-lo na natureza. Durante o período reprodutivo, mantém um relacionamento estável para cuidar da prole. O macho ajuda a alimentar os filhotes e protege o território, enquanto a fêmea fica responsável pela maior parte da criação – a parceria é fundamental para garantir a sobrevivência dos filhotes.

Já a suindara (Tyto furcata), também conhecida como coruja-da-igreja, é uma ave presente em todo o Brasil, inclusive no Paraná. Costuma viver em pares monogâmicos, com o casal cooperando na criação dos filhotes: enquanto um protege o ninho, o outro busca alimento.

Outro exemplo entre as aves é o urubu-rei (Sarcoramphus papa) que, devido à aparência, chama atenção por onde passa. A espécie vive em florestas tropicais e áreas abertas, incluindo regiões do Estado. Formam pares para toda a vida e dividem as tarefas parentais. Com apenas um ovo por ninhada e longa fase de dependência dos jovens, o casal coopera na proteção do ninho e na defesa dos filhotes.

Já a jacurutu (Bubo virginianus), uma das maiores corujas das Américas, também conhecida como corujão-orelhudo, éfacilmente reconhecível por suas "orelhas" proeminentes. A espécie forma pares duradouros que compartilham as responsabilidades parentais: o macho cuida da alimentação da fêmea durante a incubação e ambos alimentam os filhotes até sua independência.

Por fim, há o cachorro-vinagre (Speothos venaticus), um canídeo de pequeno porte, nativo das florestas tropicais e cerrado do Brasil, e incluindo parte do Paraná. Seu nome vem do cheiro forte que exala quando está assustado ou ameaçado. O cachorro-vinagre forma pares estáveis em que o macho e fêmea se dedicam à criação dos filhotes, que recebem cuidado coletivo do grupo.

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