Unidades de conservação têm papel essencial no desenvolvimento do turismo 02/06/2023 - 10:00

Debates sobre o papel dos órgãos públicos e privados na gestão do turismo de natureza e o futuro dos modelos de concessão da gestão das Unidades de Conservação (UC) pautaram os painéis desta quinta-feira (01), segundo dia do 1º Encontro Nacional de Uso Público, Turismo e Meio Ambiente – mercado atual, desafios e oportunidades.

Organizado pelo Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), em parceria com o Instituto de Ciência e Tecnologia em Biodiversidade (ICTBio), o evento ocorre paralelamente às atividades do Festival das Cataratas, em Foz do Iguaçu, na região Oeste. O Encontro Nacional termina nesta sexta-feira (2) com uma visita técnica ao Parque Nacional do Iguaçu (PNI).

"Pontuamos questões importantes para que as UCs públicas e privadas possam se tornar protagonistas no desenvolvimento socioeconômico e ambiental dos estados”, destacou o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto.“Tivemos neste segundo dia a participação de representantes do Paraná, Mato Grosso do Sul e do Acre, além do governo federal por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente".

As atividades do segundo dia de evento começaram no período da manhã, quando foi realizada uma rodada de relacionamentos e negócios voltados ao uso público. “Promovemos uma aproximação do Poder Público, iniciativa privada e sociedade civil para entender como investir, buscar, regular e ordenar as Unidades de Conservação”, explicou o diretor.

“E nesse aspecto, o Paraná hoje é um modelo para o Brasil, pelo pioneirismo com as concessões do Parque Nacional do Iguaçu e do Parque Estadual de Vila Velha e também com outros modelos como a gestão compartilhada da Floresta Estadual Metropolitana em Piraquara”, complementou.

PAINÉIS – As apresentações do segundo dia começaram com o painel “Os novos velhos desafios do Uso Público”, que contou com a participação de Rafael Morgado, representante da coordenação-geral de parcerias e concessões do Ministério do Turismo; Sérgio Morato, vice-presidente do ICTBio; Erika Fernandes Pinto, representante do setor de sítios naturais do ICMBio; e Marcelo Skaf, diretor de operações da Urbia, empresa responsável pela concessão de vários parques no País, como o Parque Nacional do Iguaçu no Paraná e o Parque Ibirapuera em São Paulo.

“O turismo de natureza vem sendo um dos destaques no período pós-pandemia, mas o crescimento nas Unidades de Conservação ainda é limitado pela falta de recursos e infraestrutura”, comentou Morgado.

Os palestrantes também pontuaram dimensões específicas ligadas ao uso público no turismo. A  participação da iniciativa privada na gestão dos parques, as dificuldades da inclusão da fauna local nas atividades de turismo, e as possibilidades turísticas do resgate da cultura de povos originários nas Unidades de Conservação foram alguns dos destaques das apresentações.

Os painéis “Delegações de Uso e Parcerias - O que Existe no Brasil?” e “O Futuro do Uso Público no Brasil, o que esperar” também receberam grande público. A sessão iniciou com a fala do secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Valdemar Bernardo Jorge. “O que o Paraná está tentando fazer é conciliar interesses: produzir e conservar”, disse.

Sob o principio de que “cultura não deixa de ser turismo”, o vice-governador Darci Piana ressaltou a importância dos patrimônios culturais enquanto atrativos turísticos. “São temas importantes e que se misturam, que precisam de um olhar atento do Poder Público para atrair ainda mais visitantes pata esses pontos”, afirmou.

Presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul,  Bruno Wendling destacou os esforços da iniciativa privada em regiões de ecoturismo como a cidade de Bonito. “A cidade foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como exemplo de ecoturismo no Brasil”, disse. “Esse encantamento vai fazer as pessoas valorizarem o meio ambiente”, completou Marina Kluppel, coordenadora de Uso Público do ICMBio.

Já o diretor de Áreas Protegidas e Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Menezes, destacou que é preciso olhar para as Unidades de Conservação de uma forma mais ampla. “Pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Semeia mostrou que no Brasil 75% da população está interessada em trilha. Mas nós não entendemos ainda que a trilha é um atrativo, e não somente o meio para se chegar ao atrativo”, afirmou.

GALERIA DE IMAGENS